- Ano: 2017
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Fotografias:Rafael Gamo
Descrição enviada pela equipe de projeto. A composição do projeto foi gerada vinculando todos os espaços com o exterior por meio de diversas entradas, jardins e varandas, contemplando a economia energética e o uso da luz natural. Isso foi feito aproveitando as orientações que permitem tomar ao máximo a insolação e aproveitando as vistas disponíveis. O esquema compositivo parte do formato de um L no qual as plantas se deslocam para criar um jogo de entradas e transparências que borram as fronteiras interior-exterior e conectam os diversos espaços. O concreto funciona como estrutura e acabamento, convivendo com uma paleta de materiais que vão mudando conforme os planos, concreto, vidro, madeira e pedra.
Aproveitando os acessos, o programa foi dividido em dois: a primeira parte, com acesso a partir da rua principal, são dois pavimentos com espaços sociais e familiares abertos ao jardim e à varanda. Com acesso pela rua secundária ficaram dois pavimentos com serviços e uma garagem/salão de pé direito duplo. A fachada principal se abre ao jardim lateral leste. Para a relação dos espaços foram propostos treliças, painéis e portas de correr que jogam com o nível de privacidade de cada espaço; percorremos a área pública ao fundo para aproveitar as vistas e a área privada à frente para aproveitar o isolamento. Maximizando as virtudes do lote, a área social fica nos fundos, para desfrutar das vistas para a cidade, enquanto a familiar fica na frente pelo isolamento. O percurso se gera através de um corredor ladeado por um lado pela varanda com espelho d'água, e por outro uma estante de livros que deixa entrever o estúdio e o jardim. O arremate é uma treliça corrediça que permite que o espaço se transforme segundo a necessidade. O paisagismo foi utilizado como estratégia de vinculação com o terreno, exercendo o papel de elemento compositivo e decorativo. Os espaços se abrem de extremo a extremo ligando as varandas e jardins em um fluxo contínuo de espaço. O pavimento superior se desloca em relação ao mais baixo para gerar uma varanda corrida e permitir a presença de janelas operáveis de piso a teto, estabelecendo um fluxo de ventilação natural e privilegiando as vistas generosas para os dormitórios.
Para uma arquitetura responsável, utilizamos uma tecnologia passiva através de estudos de isolamento que estabelecem orientações, ventilações cruzadas e uso de materiais térmicos para economia energética para a geração e reutilização dos recursos. A cobertura é uma superfície plana e limpa de 257 m2 que capta até 15 m3 de água em uma única chuva, e esse volume é levado por meio de uma calha a uma cisterna de água pluvial a partir da qual se inicia o processo de tratamento para torná-la potável, gerando até 30 m3 de água potável em um dia. Esse volume alimenta a casa por até 30 dias sem necessidade de chuva nem água da rede pública, não se utiliza água da rede em momentos fora da temporada de estiagem.